“Lisboa espera por ti”, Miradouro Senhora do Monte, Lisboa – Ludovica Boin 2016/17
O que dizer? Falar sobre uma experiência já concluída nunca é coisa fácil. Como poder transmitir a complexidade do que fiz durante os passados nove meses da minha vida na maravilhosa cidade de Lisboa, com o apoio da Universidade Aberta?
Chamo-me Ludovica Boin, venho do Norte da Itália, nomeadamente de Pádua.
Estudo Mediação Linguística e Cultural, as línguas que escolhi foram o inglês e o português. Foi esta a motivação que me levou a Portugal.
Cheguei no dia 11 de Setembro de 2016, sozinha e com um objetivo em mente: conseguir realizar, com sucesso, todas as unidades curriculares/exames.
No princípio não foi simples: falar inglês durante o dia com os companheiros do apartamento e estudar em português várias matérias; ao deitar estava mentalmente tão cansada que fugia a todos os contatos relacionais. Na solidão do meu quarto repetia-me este mantra: “é só a fadiga do início, com o passar do tempo e a determinação tudo vai correr melhor”. E assim foi.
Dicionários e documentos, em dois meses de estudo já não precisava mais dos primeiros. Mas com sete unidades curriculares no primeiro semestre o tempo nunca era suficiente. A metodologia adotada pelos professores e a curiosidade inevitável que crescia a cada trabalho com as pesquisas pessoais, ocupavam-me a totalidade do dia.
Originalidade. Cedo descobri que a originalidade e o pensamento crítico suportados com um profundo conhecimento do material fornecido pelos professores, era a chave para conseguir os resultados desejados. Experimentei pela primeira vez o que significa ser livre na expressão das próprias ideias, naturalmente coerentes ao percurso de estudo enfrentado. Na Itália não é assim, o processo de memorizar é mais enfatizado e apreciado do que o processo de reelaboração pessoal.
O aspeto que me surpreendeu mais foi que em nove meses nunca aconteceu que me sentisse uma “estudante Erasmus”. Vivia em Lisboa, encontrava lisboetas, frequentava os eventos sociais mais típicos e menos conhecidos de nós, “gente de fora”. Lisboa era a minha casa.
A Universidade Aberta deu-me muito. Além do método de estudo que me ensinou, os serviços fornecidos foram sempre muito fiáveis e precisos.
É com imenso prazer que posso dizer que esta experiência me mudou.
Mudou a minha maneira de enfrentar o mundo, as problemáticas, as relações. Deu-me a segurança e a autoestima necessária para não ter medo de estar sozinha numa cidade antes desconhecida.
Voltei para a Itália com o meu objetivo inicial acabado, com ótimos resultados que agora me permitem escrever a minha tese de licenciatura, naturalmente em português, mas acima de tudo, voltei enriquecida, nos olhos e no coração, de todas as belezas não somente de Lisboa, mas de um país que é muito mais do que se pode ler através de livros e contos, Portugal.
Agradecimentos:
À Universidade Aberta, por me ter aceitado ao longo de dois semestres quando o meu contrato só previa um e pela sua imensa riqueza de ensino.
À Doutora Isabel Rego, pela sua eficiência e gentileza.
Ao Professor Dionísio Vila Maior e à sua disponibilidade, o qual além de transmitir para mim os seus conhecimentos de duas unidades curriculares, foi também o meu relator estrangeiro de tese.
Ao Gabinete de Comunicação e de Relações Internacionais, que sempre me ajudou nos momentos de esclarecimento.
Aos Professores do Departamento de Humanidades, cujos ensinamentos, não é óbvio dizer, ficaram impressos na minha memória.
Ludovica Boin
Estudante Erasmus+ na Universidade Aberta em 2016/2017