O projeto “REviver na Rede” na primeira pessoa!

Escrevo este texto a alguns dias de prestar provas públicas do meu mestrado em Pedagogia do eLearning (MPeL) na Universidade Aberta (UAb). Altura propícia para uma reflexão!

A minha participação no MPeL norteou-se pela intenção de aplicar as aprendizagens realizadas ao meu contexto profissional. Tendo-me especializado na formação de adultos e trabalhando muito com populações em situação de desemprego, fui tomando consciência das suas dificuldades e necessidades através dos seus testemunhos de vida. Deparei-me com situações de quebras de laços sociais, dificuldades na sociabilidade e um progressivo isolamento, originando exclusões sociais de pessoas até então perfeitamente integradas na sociedade por via do seu emprego. Claro que tudo isto diminui o seu grau de empregabilidade.

Queria intervir nessa realidade, aliás, desde a minha Licenciatura em Educação na UAb, mas a outro nível, noutra dimensão… com outra visão! Olhei para as novas redes sociais online como espaços credíveis para contornar as causas que levavam a esse isolamento, promovendo a sociabilidade. Mas também como ferramentas válidas para desenvolver novas formas de procura ativa de emprego.

Assim, nasceu o projeto “REviver na Rede”… com o objetivo de apoiar o indivíduo a REnascer para a dimensão social, a REqualificar as competências digitais e a REconstruir a sua vida… através das redes sociais online.

A professora Lina Morgado (coordenadora do MPeL) apontou a direção: desenvolver “algo que fique para o futuro… para a comunidade”, enquanto a professora Teresa Cardoso (orientadora) esteve sempre presente e foi incansável no acompanhamento, lançando-me desafios que foram transformando uma ideia simples numa realidade com impacto na sociedade.

A minha perceção sobre a importância do Facebook para a missão do projeto confirmou-se, primeiro, na realização da investigação inicial e, depois, com o enorme envolvimento das pessoas com o projeto e o alcance das metas, logo nos primeiros meses de implementação.

Depois de um ano online, o projeto tornou-se num contributo para a integração social dos desempregados, num instrumento para a sua sociabilidade e uma referência na procura de emprego através do Facebook. Chegam-me números muito expressivos de pessoas a declararem que conseguiram trabalho devido ao projeto. Mas, mais importante do que os quantificar, são os testemunhos de alteração de comportamentos no Facebook, as evidências do cuidado na construção de um capital social e as interações, criando vínculos entre os participantes em termos colaborativos e de esperança comum no espaço de oportunidades laborais, que prevalecem. Por isso é tão gratificante perceber que o projeto é “do melhor que o Facebook tem” (resposta de um participante ao questionário de avaliação do projeto).

Ao ser reconhecido pelas Nações Unidas como uma boa prática e nomeado para os WSIS PRIZES 2017, o projeto é agora referenciado como um modelo de intervenção e empreendedorismo social, possível de ser replicado a outras realidades (inter)nacionais. São novos desafios que abraço com a mesma dedicação e empenho, sempre com a família UAb!

 

João Pinto
Estudante do mestrado em Pedagogia do eLearning da Universidade Aberta
Projeto REviver na Rede

Newsletter UAb #100 – maio 2017