A Bola de Berlim tem origem, como o próprio nome indica, na norte da Alemanha e foi trazida para terras lusas durante a 2.ª Guerra Mundial.
Sob o domínio do ditador António Oliveira Salazar, Portugal manteve a neutralidade entre 1939 e 1945, atraindo às cidades de Lisboa e Porto um grande número de refugiados judeus que fugiam da Alemanha nazi, muitos deles com o objetivo de atravessar o Atlântico rumo à América.
Durante o tempo que viveram em Portugal, enquanto aguardavam os documentos necessários para viajar, arranjaram emprego em pastelarias e cafés, onde ensinaram a confecionar alguns doces tipicamente germânicos, como foi o caso da famosa “berlinesa” (“berliner”). Contudo, o doce sofreu adaptações ao gosto nacional, nomeadamente o recheio com o doce de ovos (creme pasteleiro).
Tendo em conta o tamanho e a forma redonda (ideal para agarrar só com uma mão), as bolas de Berlim começaram a ser vendidas na rua. Mais tarde, chegaram às praias, onde foram um sucesso tão grande que se transformaram num ritual típico do verão.
Contudo, esse sucesso não tem sido bem visto pelos nutricionistas que a consideram inadequada para para vender nas praias. Como as altas temperaturas do verão deterioram o doce de ovos, os comerciantes optam, muitas vezes, por vender bolas sem recheio ou simples. O outro argumento dos nutricionista é o facto de constituírem uma verdadeira bomba calórica, dada a fritura e o excesso de açúcar.
(Fonte: El Mundo)