UAb e SPM formam mais de 200 professores

Cerca de 200 professores realizaram com sucesso mais uma edição do Curso de Formação para a Docência Digital em Rede. Resultante de um Protocolo de Cooperação entre a Universidade Aberta (UAb) e a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), a recente edição manteve o princípio que esteve na génese deste curso pioneiro: capacitar o maior número possível de professores para a criação, conceção, organização de ambientes digitais em rede, de forma a potenciar uma educação digital de qualidade.

Coordenado por António Moreira, professor associado do Departamento de Educação e Ensino a Distância (DEED) da UAb, também responsável pela equipa de uma dezena de formadores UAb envolvidos nesta ação, o Curso de Formação para a Docência Digital em Rede tem tido várias edições desde março de 2020 e já formou mais de 5500 docentes. “Com efeito, desde que se iniciou a pandemia, a UAb desenvolveu várias parcerias, nomeadamente com a Direção Geral de Educação (3500 docentes), com o Instituto Camões (230 docentes), com as Secretarias Regionais de Educação dos Açores e da Madeira (1700 docentes), com o Instituto Politécnico de Portalegre (130 docentes), entre outros, dos quais o mais recente foi com a Sociedade Portuguesa de Matemática”, explica também o vice-reitor para o Desenvolvimento e Cooperação Institucional, Domingos Caeiro, que tem liderado a colaboração com as entidades envolvidas nestas formações.

Destinado a educadores de infância, a professores de todos os grupos disciplinares dos ensinos básico e secundário, esta edição contou com 220 formandos (não só professores de matemática) que, durante três semanas, exploraram temas como a educação e comunicação online, modelos pedagógicos virtuais, plataformas, tecnologias e avaliação digital. Alda Amaro, uma das formandas desta edição, não tem dúvidas ao destacar que a forma como o curso estava organizado e a maneira como as temáticas foram trabalhadas levaram “a uma reflexão conjunta da Docência Digital em Rede e, mais importante ainda, encorajaram os formandos a ir mais além”, tornando esta uma “experiência enriquecedora e gratificante”.

No grupo, e nas palavras da formanda Carla Amaral, o mesmo mote parece conduzir à procura desta ação: sentir “que há um enorme caminho a percorrer para se implementar um ensino a distância de qualidade que não passe por uma réplica das aulas presenciais, com a diferença de se ter uma câmara e um computador ligados”. Cecília de Jesus, outra professora que participou nesta edição, corrobora esta ideia, destacando o “conceito de Educação Digital em Rede ao invés do ensino a distância, pois formaliza uma ideia mais envolvente do paradigma ensino- aprendizagem”.

Quanto aos resultados da ação, testemunhos como os de Dora Saraiva ou Ana Margarida Nunes demonstram o papel central que a Universidade Aberta pode ter na formação e capacitação de professores. “Validei muitas das minhas práticas pedagógicas ao mesmo tempo que me inteirei de novas. Cresci, sem dúvida, enquanto docente”, refere Dora Saraiva. Já Ana Margarida Nunes conclui: “sinto agora uma grande responsabilidade de ser melhor professora, de utilizar metodologias diferenciadas na minha prática profissional e sinto-me mais proficiente no ensino a distância”.

A elevada procura por este curso vai levar à organização de uma 2.ª edição resultante do Protocolo de Cooperação entre a UAb e a SPM até porque, e nas palavras do coordenador do curso, “a pandemia gerou uma realidade sem retorno na educação”. Para António Moreira, o presente e o futuro da educação implicam uma “escola mais digital enriquecida com o uso de tecnologias de comunicação que nos irá transportar para uma realidade mais híbrida, para uma educação mais blended, onde as realidades analógicas irão dialogar com as digitais de uma forma orgânica e fluída”, o que torna o desenvolvimento de competências digitais docentes a nível da utilização de ambientes virtuais e de sistemas de gestão de aprendizagem digitais essencial.

Com mais de trinta anos de experiência em ensino a distância e e-learning, a UAb continua assim, e nas palavras do vice-reitor para o Desenvolvimento e Cooperação Institucional, a contribuir e a desempenhar o seu papel naquele que se pode considerar já “um novo paradigma educativo no ensino superior”. Não em reação a uma pandemia, mas em resultado das profundas alterações “sociais, culturais e, sobretudo, educativas que se vivem nas Universidades”.

Segundo Domingos Caeiro, e em reação a estas mudanças, a UAb “já tinha ações concretas em desenvolvimento ou em adiantada preparação”, ações essa que devem ser encaradas como “corolário dos novos desafios, decorrentes de propostas legislativas em curso que configuram uma nova missão para o ensino superior a distância em Portugal”. Quanto ao papel da instituição, o vice-reitor conclui: “sabendo-se que a UAb não tem o exclusivo do EaD em Portugal, afirma-se aqui claramente que a missão que nos cabe pode (e em certos casos deve) ser concretizada em parceria com outras instituições de Ensino Superior, um caminho que a UAb está disposta a trilhar, com salvaguarda da sua identidade e autonomia institucionais”.

 

Fevereiro 2021 #146