Afirmou a Reitora no seu programa de ação que a UAb é uma universidade inovadora e aberta ao mundo, que forma as pessoas ao longo da vida e contribui para o seu progresso e o da sociedade, ao mesmo tempo que leva a cabo investigação sobre a sociedade do conhecimento e em rede. É inovadora no modelo educativo próprio que se centra no estudante, oferecendo uma formação de qualidade e personalizável, para fomentar a sua competitividade e contribuir para o progresso da sociedade.
A Universidade Aberta foi, desde a sua fundação, um agente ativo na inovação pedagógica com uma oferta formativa e educativa de qualidade capaz de combinar proximidade, ubiquidade, empregabilidade e investigação, entre muitas outras características. Desafios e valores plenamente vigentes, mas que hoje há que adaptar a um meio em mudança acelerada e extremamente competitivo.
Com este objetivo está a Reitora e a sua equipa a elaborar um Plano Estratégico, por forma a que esse documento constitua as linhas orientadoras de governança para os próximos anos e decorre naturalmente do Programa de Ação que apresentou a sufrágio ao mais alto cargo da Instituição. Aos planos estratégicos tem-se que lhes pedir que sejam transformadores, ambiciosos e inovadores, mas, ao mesmo tempo, que respeitem a idiossincrasia das próprias instituições.
A UAb é uma universidade inovadora, geograficamente de âmbito nacional e aberta ao mundo, com o objetivo de formar as pessoas ao longo da vida e contribuir para o seu progresso, bem como o da sociedade. A UAb deve ser uma universidade que, ligada em rede, sobretudo com o resto das universidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), impulsione a construção de um espaço global de conhecimento bem como a investigação avançada sobre sociedade digital e em rede projetando a língua e culturas portuguesas. É isso que o novo regime jurídico do ensino superior ministrado a distância (RJEaD) nos requer.
A UAb tem de trabalhar no sentido de alcançar métodos e modelos de aprendizagem que permitam uma experiência educativa intelectualmente estimulante, socialmente transformadora e inclusiva. Disponibilizar na oferta própria da UAb ou nas ofertas consorciadas, uma formação de alta qualidade, multidisciplinar e com a possibilidade de personalização do itinerário curricular que maximize para todos os estudantes/formandos a oportunidade de satisfazer as expectativas pessoais e profissionais próprias. Compatibilizar um meio de trabalho caracterizado pela confiança, a liderança partilhada, o compromisso institucional e o reconhecimento das expectativas e os sucessos profissionais, que permitam a retenção e a atração de talento.
Pensamos que a governança é um tema muito importante no mundo universitário e há que lhe fazer frente e tentar dar-lhe uma resposta; mas como geralmente acontece com outras coisas na vida, uma resposta de acordo com aqueles que vivem dentro do mundo universitário, isto é, com os atores do sistema.
Tomar as decisões tendo presente a sustentabilidade económica da instituição é isso também que se pede a um plano estratégico. Como? Fomentando o empoderamento, a responsabilidade e a visibilidade das pessoas que lideram projetos. Impulsionar a transparência e a prestação de contas para se conseguir uma organização fundamentada nos pilares da autonomia (Administrativa, Financeira, Científica, Pedagógica…) e da confiança. Adaptar e inovar a oferta formativa às necessidades da sociedade, no quadro da estratégia da UAb e em consonância com a sua sustentabilidade económica. Fomentar a consciencialização, em termos de sustentabilidade económica, de todos os trabalhadores da UAb de modo a contribuir para eficiência da UAb.
Estamos em crer que finalmente se percebeu neste país que Universidades como a nossa são fundamentais para a qualificação das pessoas. Temos que ser reconhecidos pela orientação de uma oferta para as necessidades da sociedade e pela focagem na aprendizagem ativa centrando-nos especialmente na realidade laboral e integrando as competências transversais em todos os âmbitos de conhecimento. Promover linhas de investigação orientadas para a empregabilidade dos estudantes e valorizar os resultados de investigação gerados no decurso de atividades científicas para a criação de empresas inovadoras e intensivas em conhecimento.
Dar maior visibilidade ao papel e função social que representa a atividade da UAb para provocar uma mudança cultural que atraia o mecenato. Difundir a contribuição de valor da UAb para a sociedade. Aumentar a participação de docentes (incluindo colaboradores convidados), investigadores e pessoal não docente na difusão aberta do conhecimento. Desenvolver um programa de responsabilidade social corporativa. Criar um sistema de financiamento baseada em contribuições da sociedade que permita impulsionar projetos e iniciativas de interesse público. O grande erro que poderíamos cometer é não mudar.
Todas as instituições têm que mudar. No nosso caso, o e-learning não pode ser só uma questão de como se dissemina e partilha o conhecimento, as universidades têm que oferecer programas de formação mais curtos focados nas oportunidades laborais e também de ajuda aos estudantes a criar os seus próprios postos de trabalho. Essa é a mudança e nós, sendo pioneiros e tendo a maior oferta em Portugal nessa área, estamos na linha da frente para o fazer.
Por fim, ser uma universidade reconhecida internacionalmente pela investigação avançada sobre a sociedade do conhecimento e pela excelência em investigação translacional sobre educação online. O desenvolvimento de qualquer projeto precisa de fixar um horizonte e uma estratégia que inclua objetivos viáveis, e, sobretudo, que se leve a cabo de forma coordenada e colaborativa. Cuidar e reforçar a comunicação, a coordenação e a colaboração é uma tarefa imprescindível para a concretização dos objetivos propostos. Para que tudo isto seja possível é imprescindível uma liderança e gestão eficaz, transparente, dinâmica, participativa e próxima de todos os interlocutores.
O Plano Estratégico da UAb é o roteiro que acompanha a estratégia da universidade e ajuda a priorizar a tomada de decisões. Esse plano é composto por objetivos estratégicos e eixos transversais e cada um deles é liderado por um membro da Equipa Reitoral, tendo a coordenação da Reitora. O propósito é incrementar os instrumentos de um governo aberto e participativo desenvolvendo uma maior capacidade de resposta, transparência e de prestação de contas à sociedade. Serão estes os objetivos para os próximos anos.
Domingos Caeiro
Vice-reitor da Universidade Aberta
Março de 2020 #135