O relatório do Conselho Científico: uma janela para a produção de conhecimento na UAb

Desde o surgimento das universidades na Europa da Idade Média, estas instituições tiveram o papel de transmitir conhecimento e, também, de o produzir. A convivência, na mesma instituição, destas duas vertentes do trabalho académico potencia a incorporação dos mais recentes avanços do conhecimento nos cursos aí ministrados e, paralelamente, o desenvolvimento de novas linhas de investigação em resposta às necessidades de formação avançada da Sociedade.

Com a massificação do ensino universitário a que se assistiu a partir da segunda metade do século XX as Sociedades começaram também a exigir uma maior transparência sobre como é que são utilizados os recursos, não apenas financeiros, disponibilizados às Instituições de Ensino Superior para cumprirem as suas missões. Surgem, deste modo, dois tipos de necessidades: por um lado as instituições devem-se sujeitar a avaliações formais periódicas, de diversos tipos, por parte de agências de avaliação ou de financiamento, nacionais e internacionais; por outro lado, as instituições sentem necessidade de divulgar informalmente, para a Sociedade em geral, as várias atividades e, em particular, as relativas à produção científica, técnica, artística e cultural que nelas têm lugar, ou que são promovidas pelos seus docentes e investigadores. É neste contexto que surgem várias iniciativas de divulgação institucional de que o Relatório de Atividades do Conselho Científico da Universidade Aberta, produzido anualmente desde 2006 – ano em que um de nós iniciou o seu primeiro mandato como Presidente deste Órgão – é, entre nós, um dos bons exemplos. Para uma leitura mais detalhada de indicadores de atividade científica consulte a página do relatório do Conselho Científico em https://portal.uab.pt/conselho-cientifico/.

A capacidade de produção científica, técnica, artística e cultural de qualidade depende, antes de mais, de um adequado enquadramento de cada um dos docentes/investigadores da UAb, desde logo na sua participação em centros de investigação com visão estratégica, sediados na UAb ou em outras instituições de ensino superior ou de investigação. Tal desempenho científico, que se deseja de excelência, deve ser devidamente reconhecido e promovido na UAb, para a manutenção e expansão estratégica das ofertas formativas cada vez mais integradas em redes nacionais e internacionais.

O Plano Estratégico 2019—2023 recentemente aprovado no Conselho Geral da UAb, bem como o desenvolvimento, num futuro próximo, e posterior implementação, de um Plano Estratégico Para a Investigação 2019—2023 trarão, certamente, incentivos e orientações para se prosseguir na melhoria da quantidade e qualidade da produção de conhecimento. Conjugando-se com a agilização dos mecanismos de apoio à preparação e gestão financeira de projetos de investigação, estas iniciativas não poderão deixar de ter como resultado a criação de conhecimento na UAb  de qualidade reconhecida.

Para além dos fatores de enquadramento institucional, uma investigação de elevado nível requer que o investigador possa a ela dedicar «tempo de qualidade», em quantidade necessária, cuja disponibilização só será possível se outras tarefas académicas não o ocuparem de modo excessivo e se os mecanismos legais existentes que asseguram a possibilidade de usufruto de licença sabática forem efetivamente cumpridos.

A implementação dos planos e mecanismos enunciados e a sempre elevada motivação dos docentes e investigadores da UAb para a produção de mais e melhor investigação, será um fator determinante para a competitividade dos nossos cursos, para a qualidade da formação dos nossos estudantes, para a realização profissional dos nossos docentes e investigadores, e, naturalmente, para a afirmação do papel da Universidade Aberta na sociedade portuguesa e no mundo.

 

   João Luís Cardoso, Presidente do Conselho Científico

  Fernando Pestana da Costa, Vice-Presidente do Conselho Científico 

Junho de 2020 #138