A Língua Portuguesa como espaço de cidadania e de liberdade
6 de maio de 2024 | 14h30-17h45
Palácio Ceia, Lisboa
Programa
14h30 – Sessão de abertura
14h40 – Edleise Mendes (Universidade Federal da Bahia) – A Língua Portuguesa no espelho: perspetivas e desafios na nova geopolítica global
15h10 – Debate
15h20 – Margarita Correia (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) – A Língua Portuguesa em democracia
15h50 – Debate
16h00 – Nuno Castro (1.º lugar do Prémio Ensaio José Saramago 2020-2021) e Inês Pucarinho (coordenadora do Núcleo de Estudantes de Humanidades da UAb) – Maldizendo: notas para uma estética da ironia e da sátira na literatura portuguesa
16h20 – Debate
16h30 – Luís Carlos Pimenta Gonçalves (Universidade Aberta, Departamento de Humanidades) – Afinidades linguísticas e culturais: o caso do francesismo
16h50 – Carla Aurélia de Almeida (Universidade Aberta, Departamento de Humanidades) – Usos da Língua Portuguesa e interfaces no Discurso: o exemplo das sequências humorísticas
17h10 – Debate
17h30 – Encerramento
Comunicações e oradores
- A Língua Portuguesa no espelho: perspetivas e desafios na nova geopolítica global | Edleise Mendes
Resumo:
O movimento de expansão, valorização e projeção do português nas primeiras décadas do século XXI tem contribuído para reposicionar a língua na nova geopolítica global, impulsionando-a, cada vez mais, como idioma de comunicação global. Além disso, há cada vez mais a compreensão de que línguas como o português são importantes recursos para o desenvolvimento dos países, com impactos em diversos setores da sociedade, especialmente em um mundo digitalizado. A partir desse cenário, em minha fala discutirei algumas perspetivas e desafios sobre o presente-futuro da língua, na perspetiva das políticas para a sua promoção e difusão, do seu potencial científico e cultural e da educação linguística em língua portuguesa, considerando-se o seu caráter pluricêntrico, diverso e multidimensional.
- A Língua Portuguesa em democracia | Margarita Correia
Resumo:
Nesta apresentação pretendo destacar alguns efeitos que 50 anos de regime democrático tiveram sobre o estatuto internacional do português, na atualidade.
- Maldizendo: notas para uma estética da ironia e da sátira na literatura portuguesa | Nuno Castro e Inês Pucarinho
Resumo:
Introduzimos algumas das características discursivas gerais das formas humorísticas e, a partir destas, analisámos textos de vários contextos periodológicos da história cultural e literária, procurando definir de que modo a ironia se verte em texto literário, em objeto artístico, e qual ou quais as especificidades do humor na literatura nacional. Trata-se, assim, de uma apresentação que aborda textos especificamente desenhados com a finalidade de profanar alguma norma, costume, ou personagem, e investiga, nestes, a forma como esse mesmo gesto se materializa e abre um espaço de crítica, de combate político e social e, ultimamente, de expressão da liberdade. São analisados três textos: uma cantiga de maldizer, uma crónica oitocentista e um conto da segunda metade do século XX.
- Afinidades linguísticas e culturais: o caso do francesismo | Luís Carlos Pimenta Gonçalves
Resumo:
Os dicionários de Língua Portuguesa registam duas principais aceções do termo “francesismo”, uma que diz respeito ao uso da língua, o galicismo, e outra de índole mais cultural com conotação negativo, a imitação excessiva de costumes francesas. Júlio Dinis parodia estes abusos ao criar uma personagem com traços de franchinote na comédia O Casamento da Condessa de Amieira que pontua frases declarando: “como dizem os franceses”. É de usos e desusos em autores portugueses acusados de francesismo ou simplesmente usando galicismos de que falaremos nesta comunicação.
- Usos da Língua Portuguesa e interfaces no Discurso: o exemplo das sequências humorísticas | Carla Aurélia de Almeida
Resumo:
No quotidiano, os interlocutores põem em prática mecanismos linguístico-discursivos que contribuem para o trabalho colaborativo, isto é, para a coconstrução do sentido e o envolvimento conversacional. Os interatantes acionam um sistema de práticas discursivas, de convenções sociais e de regras de procedimento discursivo que organizam o fluxo temático das interações verbais. Na presente comunicação, teremos como enfoque analítico as sequências humorísticas que ocorrem, regularmente, no discurso oral interativo em Língua Portuguesa. Demonstrar-se-á que o humor constitui uma estratégia de mitigação do conflito que os interlocutores acionam com o objetivo de manter e restabelecer a ordem interacional das trocas discursivas. Verificar-se-á que o funcionamento dos mecanismos indiretos da significação, característicos do discurso humorístico, permite aos interatantes distanciarem-se do que é dito com a reorientação dos rumos discursivos.