A transformação digital tem sido, nos últimos anos, um objetivo declarado, não só a nível de muitas organizações, mas essencialmente uma estratégia definida a nível nacional, com o Programa Nacional de Reformas, as medidas Simplex +, a iniciativa InCode2030, entre outras. De facto, numa era em que não é possível ignorar os meios digitais como ferramentas poderosas de comunicação e processamento, impõe-se não apenas a utilização de aplicações digitais apropriadas, mas a verdadeira transformação digital dos processos dentro da organização, como forma de garantir a sustentabilidade do negócio. Uma transformação digital que passa por integrar todos os processos e fluxos de trabalho, de forma transversal, numa lógica de funcionamento digital, atribuindo tarefas mecanizadas a procedimentos automáticos, e elevando o papel das pessoas a responsabilidades de organização, controlo, decisão, tornando, deste modo, a organização mais eficiente.
A Universidade Aberta, por maioria de razão, mas principalmente pela sua natureza de universidade digital, tem de acompanhar esta revolução. Mais, como instituição pública de ensino a distância, tem a responsabilidade acrescida de inovar neste domínio, criando e implementando novas formas de dinamizar a comunidade académica (docentes, colaboradores, investigadores, estudantes, candidatos e interessados) no ambiente digital que vivemos. Tendo iniciado este caminho há 10 anos, com o desenvolvimento do Modelo Pedagógico Virtual®, que veio modernizar os processos de ensino/aprendizagem através de plataformas digitais, torna-se cada vez mais evidente que as atividades de cariz administrativo, cultural, social, não podem estar à margem desta evolução. A vivência diária numa universidade, mesmo sendo a distância, necessita de todas essas dimensões, integradas entre si, num espaço online multimodal, isto é, presente em todo o tipo de dispositivos (smartphones, tablets, computadores) que constantemente nos acompanham.
Neste contexto surgiu na UAb o projeto Campus Aberto, que visa proporcionar este tipo de ambiente virtual a todos os membros da comunidade académica: nesse espaço será possível saber e acompanhar publicamente o que está a acontecer na universidade, desde exposições, atividade culturais, palestras, até provas públicas de mestrado e doutoramento. A relação do utente com o Campus Aberto não é diferente da que temos hoje com as redes sociais: informação personalizada e frequente através de notificações no smartphone, trocas de mensagens com os colegas e professores, partilha de conteúdos relevantes, manifestações de preferência, apreço e apoio (likes), além do acesso às funcionalidades mais formais: unidades curriculares, serviços de inscrições, etc.
Trata-se, mais do que um projeto, de um verdadeiro programa para a evolução da Universidade Aberta nos próximos anos. Na verdade, o Campus Aberto é suportado por vários projetos individuais, que concorrem para o objetivo comum, na sua maioria apoiados pelo SAMA-Sistema de Apoio à Modernização Administrativa (recentemente e apropriadamente re-batizado Sistema de Apoio à Transformação Digital). No âmbito destes desenvolvimentos, já foi criado um workflow para a entrega e acompanhamento online de dissertações de mestrado, prevendo-se para o início do próximo ano letivo a sua plena disponibilização. Será o primeiro de muitos que tornarão a experiência de interagir com a UAb mais simples e agradável.
Vítor Rocio
Pró-reitor para o Campus Virtual e a Modernização Tecnológica