No âmbito do Ciclo de Conferências Saúde e Interculturalidades em Debate, organizado pelo Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta (CEMRI/UAb/FCT), realizou-se no dia 9 de junho de 2017, a conferência Saúde da Criança e Adolescente Quilombola, proferida pela Professora Doutora Climene Laura de Camargo, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Brasil.
Este evento, organizado pelo CEMRI – Grupo de Investigação “Saúde, Cultura e Desenvolvimento” (coordenado pela Professora Doutora Natália Ramos), promoveu a análise e o debate sobre as desigualdades dos processos de viver e cuidar da saúde de populações em vulnerabilidade social, focando principalmente a questão das condições de vida, de desenvolvimento e de saúde de crianças e adolescentes de comunidades remanescentes de quilombos.
Os dados apresentados sobre as comunidades quilombolas foram baseados sobretudo nas pesquisas efetuadas pelo Grupo de Estudo da Saúde da Criança e Adolescente – Grupo Crescer, coordenado pela Professora Doutora Climene Laura de Camargo que atualmente coordena também um dos projetos que integram o Programa de Desenvolvimento Académico Abdias Nascimento: Rede Internacional de Pesquisa em Saúde, Ambiente e Desenvolvimento Social (Secadi/MEC e CAPES).
Este Projeto tem por objetivo promover a internacionalização dos programas de pesquisa e pós-graduação de universidades das regiões nordeste, sul e sudeste do Brasil, tendo em vista o desenvolvimento sustentável de grupos étnico-culturais de baixa renda, por meio da implantação e promoção de projetos de desenvolvimento sustentável e de cuidados em saúde numa perspetiva interdisciplinar e intercultural, através das seguintes ações: intercâmbio académico entre instituições da região nordeste, sul e sudeste do Brasil e instituições estrangeiras; promoção de atividades de pesquisa, de desenvolvimento tecnológico e de inovação, bem como de saúde, designadamente de populações afrodescendentes; promoção da mobilidade académica dos docentes das universidades envolvidas; desenvolvimento da mobilidade académica de estudantes preferencialmente autodeclarados negros, pardos, indígenas ou de baixa renda; promoção da internacionalização dos grupos de pesquisa envolvidos no projeto e desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares em saúde, ambiente e desenvolvimento; e alargamento da cooperação científica e da produção académica pertinentes nas áreas: Saúde da População Negra; (Inter)Culturalidades em Saúde; Desenvolvimento Sustentável; Tecnologias Sociais.
A Universidade Aberta/UAb,CEMRI, juntamente com outras universidades de Portugal (Instituto Superior Técnico (UL) e Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, (UTAD)), de Espanha (Universidade Complutense de Madrid (UCM)) e da Colômbia (Universidade Cartagena, (UC)), fazem parte das instituições parceiras deste projeto, além das seguintes universidades brasileiras: Universidade Federal da Bahia (UFBA); Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES); Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Neste projeto de mobilidade académica internacional, está prevista a participação de seis graduandos e três doutorandos brasileiros até ao ano de 2019, sendo que uma estudante já se encontra em atividades na Universidade Aberta, em Lisboa.
Acreditamos que as ações propostas no Programa de Desenvolvimento Académico Abdias Nascimento, bem como a produção de conhecimentos sobre questões estruturantes da contemporaneidade relacionadas com a interculturalidade, a saúde e o desenvolvimento sustentável, poderão contribuir para a construção de uma sociedade mais equitativa, inclusiva, saudável, intercultural e do conhecimento.
Climene Laura de Camargo
UFBA, Escola de Enfermagem, Salvador, Brasil
Natália Ramos
Universidade Aberta, CEMRI
