O Projeto Acessibilidades

O Projeto Acessibilidades existe na Universidade Aberta (UAb) desde 2008. Surgiu no momento em que a UAb converteu os seus cursos ao ambiente online, com o objetivo de ajudar os estudantes que tivessem dificuldades físicas e/ou sensoriais de acesso a estes cursos. Foi ainda constituída uma equipa que tem procurado desenvolver trabalho, tanto a nível interno, ou seja, trabalhando efetivamente com os nossos estudantes, como a nível externo, dando a conhecer o projeto à sociedade.

A nível interno, o trabalho que temos realizado com os estudantes que integram o projeto tem consistido num compromisso entre a necessidade de estabelecer procedimentos gerais e a atenção mais individualizada e casuística às pessoas. Assim, por um lado, procuramos monitorizar periodicamente os perfis dos estudantes integrados no projeto e quais as suas principais necessidades a fim desenhar ou adequar procedimentos e estratégias que facilitem a inclusão tecnológica e o acesso ao ambiente online. Por outro lado, procuramos resolver casos específicos de dificuldades que surgem, como o acesso a materiais de estudo ou a adequação do espaço físico e temporal das provas presenciais a casos concretos.

A equipa do Projeto Acessibilidades mantém ainda um espaço comum, em ambiente virtual, onde dialoga com os estudantes e divulga notícias e iniciativas relacionadas com questões de inclusão. Para além disto, este espaço, que já conta com mais de seis dezenas de participantes, pretende ser também um ponto de encontro e de colaboração entre pessoas. Por essa razão, muitos dos seus participantes são antigos alunos da UAb, em algum momento integrados no Projeto por terem alguma dificuldade de acesso e que, uma vez terminados os seus cursos, têm gosto em manter-se ligados à Instituição e ao Projeto, disponibilizando-se invariavelmente para ajudar sempre que um “novato” passa a integrar o grupo e apresenta as suas dúvidas e anseios.

A nível externo, a nossa equipa tem feito apresentações em congressos e publicado artigos sobre o trabalho que tem vindo a desenvolver uma vez que consideramos que a nossa opção pelo compromisso entre uniformização e flexibilidade constitui um exemplo de boas práticas. Partindo do princípio que o que facilita o acesso a pessoas com necessidades educativas especiais é frequentemente também positivo para o público em geral, defendemos a eliminação de eventuais barreiras a fim tornar a docência online cada vez mais inclusiva. Neste sentido, congratulamo-nos com um conjunto de iniciativas que têm tido lugar nos últimos tempos e que consideramos serem convergentes com o trabalho que temos vindo a desenvolver. A um nível mais concreto e prático, queremos destacar a ação da Pró-reitora para a Inovação Pedagógica e e-Learning, Professora Glória Bastos que, juntamente com a Dra. Helena Manuelito, têm concebido e disponibilizado vários modelos de documentos de uso corrente nas unidades curriculares da Universidade Aberta e que cumprem todas as normas de acessibilidade em vigor. A um nível mais geral e normativo, salientamos os resultados alcançados pelo Projeto Europeu Isolearn (Innovation and Social Learning for Higher Education Institutions), coordenado pelo Professor José António Porfírio, Pró-reitor para a Gestão de Projetos de Investigação e Desenvolvimento, com a colaboração do Professor Tiago Carrilho Ribeiro, projeto este que estabeleceu uma metodologia de avaliação da promoção da acessibilidade e da inclusão de pessoas com problemas visuais e auditivos no Ensino Superior. Finalmente, a criação do Grupo de Trabalho para as Necessidades Especiais na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior surgiu como uma cobertura institucional, a nível nacional, para a promoção de iniciativas relacionadas com a inclusão de estudantes com necessidades educativas especiais. Assim, o panorama que se desenha parece convergir na promoção de ensino inclusivo e acessível a todos, um objetivo e um ideal cuja concretização, como o nosso trabalho tem também permitido clarificar, caberá, em grande parte, ao ensino online, dada a minimização ou, em alguns casos, mesmo  ausência de barreiras de espaço e de tempo que o caracterizam.

 

A equipa do projeto Acessibilidades:

Isabel Barros Dias

Isabel Roboredo Seara

Daniela Melaré Barros

Newsletter UAb #115 – agosto 2018