Aristides Sousa Mendes – A justa homenagem

Foto: Fundação Aristides Sousa Mendes

O 136.º aniversário de Aristides de Sousa Mendes vai ser assinalado, hoje, no Parlamento com a cerimónia de entrega de um busto do antigo cônsul à Assembleia da República.

Nascido a 19 de  julho de 1885, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Aristides de Sousa Mendes vai receber honras de Panteão Nacional no próximo 5 de outubro, dia da Implantação da República Portuguesa.

Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o cônsul de Portugal em Bordéus, França, emitiu vistos que salvaram 30 mil pessoas do Holocausto, desobedecendo às ordens do então presidente do conselho, António de Oliveira Salazar, que liderava o governo.

O ato altruísta de Aristides de Sousa Mendes resultou em castigos severos. Não só foi demitido da função de cônsul, como foi despromovido imediatamente à categoria inferior e condenado a um ano de inatividade. Salazar acabou por aposentar Aristides no final do ano.

Aristides de Sousa Mendes foi então viver para a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, com a família. Durante os últimos meses de 1940, a casa ainda serviu de refúgio a alguns que beneficiaram dos vistos emitidos por Aristides. Não era, no entanto, segredo que, com o salário penhorado, o ex-cônsul e a família passavam necessidades.

Castigado pelos seus atos de rebelião, o primeiro reconhecimento veio 12 anos após a sua morte – a 3 de abril de 1954 em Lisboa – quando em 1966 o memorial do Holocausto em Jerusalém, Yad Vashem, lhe prestou homenagem e lhe atribuiu o título de “Justo Entre as Nações”.

Em 1986 recebeu, a título póstumo, o grau de Oficial da Ordem da Liberdade. A sua família recebeu desculpas públicas, depois de o presidente da altura, Mário Soares, reabilitar a memória de Aristides de Sousa Mendes.

A partir daí nunca mais foi esquecido. Em 1987 foi feita uma homenagem pública a Aristides de Sousa Mendes, por imensa pressão internacional. Restituiu-se à família os salários penhorados e, já nos anos 90, ergueu-se um busto em sua lembrança. Também em março de 1995 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, por Mário Soares.

Ao mesmo tempo, a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP) criou um prémio anual com o seu nome. Mais recentemente, em 2016, foi elevado a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

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(publicado em 19-07-2021)