Ciência Aberta

A Ciência Aberta é o movimento que pretende produzir produtos e processos científicos acessíveis e reutilizáveis por todos, não só no que diz respeito à cultura do conhecimento mas também às tecnologias e aos serviços.

A Ciência Aberta permite a partilha do conhecimento entre a comunidade científica, a sociedade e as empresas, possibilitando desta forma ampliar o reconhecimento e o impacto social e económico da ciência.

Ciência Aberta é mais do que a disponibilização em Acesso Aberto de dados e publicações, é a abertura do processo científico enquanto um todo, reforçando o conceito de responsabilidade social científica.

A Ciência Aberta assenta em 4 pilares: Acesso Aberto, Dados de Investigação, Ciência Cidadã e Responsabilidade na Investigação e Inovação.

A Ciência Aberta é um movimento que propõe mudanças estruturais na forma como o conhecimento científico é produzido, organizado, partilhado e reutilizado. É um novo modo de fazer ciência, mais colaborativo, transparente e sustentável.

De acordo com a Taxonomia FOSTER – (FOSTER) “A Ciência Aberta é o movimento para tornar a investigação científica, os dados e a sua disseminação, acessíveis a todos os níveis de uma sociedade observadora.” E pode ser definida através de um conjunto de princípios e práticas:

  • Princípios

Transparência, reutilização, participação, cooperação, responsabilidade e reprodutibilidade no processo de investigação.

  • Práticas

Mudanças na forma como a ciência é realizada – incluindo o acesso aberto a publicações científicas, a partilha de dados, cadernos abertos, transparência na avaliação de pesquisas, garantir a reprodutibilidade da pesquisa (quando possível), a transparência nos métodos de pesquisa, no código-fonte aberto, no software e infraestruturas, na ciência cidadã e nos recursos educacionais abertos.

Segundo  a  Recomendação  da  UNESCO  sobre  Ciência  e  Pesquisa  Científica,  de  2017,  o  termo  ciência  significa  o  empreendimento  pelo  qual  a  humanidade,  agindo  individualmente  ou  em  pequenos  ou  grandes  grupos,  realiza  uma  tentativa   organizada,   em   cooperação   e   em   concorrência,   por   meio   do   estudo  objetivo  dos  fenómenos  observados  e  sua  validação  por  meio  do  compartilhamento de descobertas e dados e da revisão por pares (peer review), para descobrir e dominar a cadeia de causalidades, relações ou interações; reúne de  forma  coordenada  subsistemas  de  conhecimento  por  meio  da  reflexão  sistemática e da conceitualização; e, assim, fornece a oportunidade de utilizar, em seu próprio benefício, a compreensão dos processos e fenómenos que ocorrem na natureza e na sociedade.

Com base nos princípios essenciais de liberdade académica, integridade da pesquisa e excelência científica, a ciência aberta estabelece um novo paradigma que integra no empreendimento científico as práticas para a reprodutibilidade, a transparência, a partilha e a colaboração, resultantes da maior abertura de conteúdos, ferramentas e processos científicos.

Para  fins  desta  Recomendação,  a  ciência  aberta  é  definida  como  uma  construção inclusiva  que  combina  vários  movimentos  e  práticas  que  têm  o  objetivo  de   disponibilizar   abertamente o  conhecimento   científico   multilíngue,   torná-lo  acessível  e  reutilizável  para  todos,  aumentar  as  colaborações  científicas  e  a partilha de informações para o benefício da ciência e da sociedade, e abrir os processos de criação, avaliação e comunicação do conhecimento científico a atores da sociedade, além da comunidade científica tradicional.

Abrange todas as disciplinas científicas e todos os aspetos das práticas académicas, incluindo ciências básicas e aplicadas, ciências naturais, sociais e humanas, e baseia-se nos seguintes pilares-chave:

  1. Conhecimento científico aberto;
  2. Infraestrutura científica aberta;
  3. Comunicação científica e envolvimento aberto dos atores sociais;
  4. Diálogo aberto com outros sistemas de conhecimento.